Empresários bolsonaristas financiam candidaturas de políticos extremistas, refletindo um claro saudosismo pelo obscurantismo da ditadura militar e atrasando o progresso social do Brasil
Nos últimos anos, o cenário político brasileiro tem sido marcado pelo apoio de figuras poderosas do setor privado a candidatos de extrema-direita.
Um exemplo claro disso é o empresário Hélio Seibel, bilionário que recentemente doou R$ 100 mil para a campanha de Pablo Marçal (PRTB) à Prefeitura de São Paulo. Seibel, proprietário do Grupo Ligna, que controla gigantes como a Dexco e a rede Leo Madeiras, além de ter participação na Klabin, tornou-se um nome conhecido no financiamento de campanhas conservadoras. Ele já havia contribuído com mais de R$ 1,3 milhão nas eleições de 2022, direcionando recursos para as campanhas de Tarcísio de Freitas e Jair Bolsonaro.
Esse apoio financeiro a políticos de extrema-direita pode refletir um saudosismo pela ditadura militar que o Brasil enfrentou no século passado. Muitos dos grandes empresários que apoiam esses candidatos cresceram em um ambiente político e econômico marcado pelo regime militar, período durante o qual o governo priorizava o desenvolvimento de infraestrutura e a proteção aos grandes negócios em detrimento das liberdades democráticas e dos direitos sociais.
Para esses setores, o discurso autoritário e conservador de figuras como Bolsonaro evoca memórias de um tempo em que as elites econômicas tinham maior controle sobre o rumo do país.
A postura reacionária dessas figuras, no entanto, representa um obstáculo significativo ao progresso social que o Brasil necessita para alcançar um desenvolvimento verdadeiramente sustentável. O saudosismo pelos "anos de chumbo" da ditadura militar ignora os problemas estruturais que o país ainda enfrenta em pleno SéculoXXI, como a desigualdade social, a precariedade da educação e da saúde pública, bem como a necessidade urgente de reformas mais profundas que promovam definitivamente a inclusão social e o desenvolvimento humano sustentável. Ao investir em candidatos que adotam discursos polarizadores e que frequentemente se posicionam contra políticas progressistas, esses bilionários ajudam a perpetuar um sistema que beneficia poucos em detrimento da maioria.
O Brasil ainda está longe de ingressar no seleto grupo dos países desenvolvidos do primeiro mundo. O caminho para isso passa por reformas que levem em consideração não apenas o crescimento econômico, mas também a distribuição equitativa dos frutos desse crescimento. Países que conseguiram atingir esse patamar de desenvolvimento, como Estados Unidos e Alemanha, investiram pesadamente em cultura, educação, saúde e bem-estar social, áreas que tendem a ser negligenciadas por governos autoritários e conservadores da extrema-direita.
O apoio financeiro, dos empresários endinheirados aos políticos reacionários, não só reflete uma visão de mundo que privilegia o status-quo, mas também impede que o Brasil inicie, sem risco de retrocessos, as transformações necessárias para garantir um futuro mais justo, humano e próspero para todos os seus cidadãos.
A história recente mostra que o desenvolvimento real só é possível quando há um total compromisso dos governantes com a democracia, com os direitos humanos e com a criação de dispositivos de inclusão social. Persistir no caminho contrário, ancorado no passado, e em ideais retrógrados, apenas nos distancia de um futuro mais promissor.
Ronald Stresser
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