Véspera de Natal. A data chega mais uma vez carregada de símbolos, memórias e sentimentos que nem sempre cabem em palavras. Para alguns, mesa farta e risos. Para outros, silêncio, saudade ou apenas o esforço diário de continuar. Ainda assim, o Natal — religioso ou não — segue sendo, acima de tudo, um chamado humano: o de olhar para o lado e lembrar que ninguém deveria atravessar essa noite sozinho.
Ao longo de 2025, o Sulpost seguiu fazendo aquilo em que acredita desde o início: contar histórias com alma, ouvir quem quase nunca é ouvido, registrar o tempo presente com responsabilidade, sensibilidade e coragem. Foi um ano intenso, atravessado por desafios, disputas, dores e também por encontros. Um ano de reportagens que denunciaram injustiças, entrevistas que deram voz às bases, reflexões sobre política, economia, meio ambiente, direitos, espiritualidade e democracia.
Falamos de gente comum e de figuras públicas. De trabalhadores que acordam cedo, de mães que resistem, de jovens que sonham, de lideranças populares, de quem luta todos os dias para manter a dignidade em um país desigual. Falamos do Brasil real — contraditório, ferido, mas profundamente vivo e pulsante. E falamos sempre com respeito, mesmo quando o debate foi duro.
O Sulpost não nasce de uma grande redação nem de grandes financiadores. Ele nasce da insistência em não naturalizar o abandono, em não aceitar o silêncio como regra. Nasce da ideia simples — e poderosa — de que informação também é cuidado. Que escrever, muitas vezes, é uma forma de companhia. Um gesto de presença.
Por isso, nesta noite de Natal, a mensagem é direta e necessária: não deixemos ninguém sozinho. Se houver uma mesa, que seja partilhada. Se houver pouco, que seja dividido. Uma refeição simples, um café passado na hora, uma mensagem enviada, um abraço possível, uma escuta sincera — tudo isso também é celebração. Tudo isso também é Natal.
Mesmo para quem não segue uma religião, o 24 de dezembro carrega um sentido coletivo profundo. É tempo de confraternizar, de baixar as defesas, de exercitar o respeito. É quando a sociedade pode lembrar que não somos ilhas, que dependemos uns dos outros, que a dignidade começa nos gestos pequenos e cotidianos.
A todos os leitores e leitoras que caminharam conosco em 2025 — comentando, compartilhando, discordando, sugerindo pautas, lendo em silêncio ou chegando agora — fica o nosso muito obrigado. E um agradecimento especial a cada pessoa que contribuiu financeiramente ao longo do ano, ajudando a manter o Sulpost vivo, independente e comprometido com o interesse público. Esse apoio, muitas vezes silencioso, é um verdadeiro ato de confiança e solidariedade.
Que este Natal leve descanso a quem está cansado, esperança a quem anda sem rumo, um sorriso para quem anda carrancudo e companhia a quem sente falta. Que 2026 chegue com mais diálogo, mais justiça social, mais humanidade — e com a certeza de que ninguém caminha só quando existe compromisso coletivo, quando há propósito.
Feliz Natal / Ronald

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